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23 outubro 2012
9 - PAIS E FILHOS: Pais ausentes
1.3.1.1. Pais ausentes
Segundo Paes (p. 108), enquanto estudiosos do desenvolvimento e comportamento humano chamam a atenção para o fato de que os pais precisam dedicar mais atenção para seus filhos, muitos pais não vêem isso como essencial. O autor lembra o fato de que hoje os pais estão terceirizando a educação de seus filhos, acha-se que a babá ou a escola, ou ainda a igreja é que deve educá-los. Esquece-se que nos primeiros anos de vida são formados o caráter e a personalidade dos filhos, e que temperamentos precisam ser moldados, bem como limites e respeito precisa ser ensinado.
O autor lembra que “pais que não acompanham de perto o desenvolvimento de seus filhos não tem controle sobre as influências a que estão sendo submetidos.” destaca ainda que muitos casais têm tempo para assistir programa prediletos na TV, mas não conseguem dedicar meia hora para brincar e realizar atividades com os filhos. A vida em família não tem sido priorizada, ao passo que nada deveria subtrair dos pais o tempo que devem dar a família.
O corre-corre diário que a vida impõe a muitos pais e mães têm levado a família a ter um relacionamento superficial, baseado em poucas palavras porque quase não há mais tempo para sentar e conversar. A falta de comunicação tem afetado toda a relação entre pais e filhos, e com isso todos sofrem. Por outro lado, quando há comunicação, ela se baseia em conflitos, onde os filhos faltam com respeito para com seus pais, e estes por sua vez sentem-se impotentes sobre o que fazer.
Para Paes (p. 23) “Casais e filhos muito atarefados vão se tornando cada vez mais ausentes da vida familiar”. Bevere (2002, p.48) chama a atenção para o fato de que “muitos lideres de nosso lar, empresa e igreja, estão mais preocupados com seus alvos do que com seus filhos”.
Keefauver (2005, p. 34) destaca o fato de que há hoje muitos filhos que por vários motivos cresceram sem a presença, carinho e cuidado dos pais. Segundo ele há “pais que simplesmente não sabem educar seus filhos e jogam essa responsabilidade sobre a igreja, escola, avós, babás e até sobre a televisão”.
Jaime Kemp escreve sobre “O incrível poder de um pai”, ressaltando a importância que o pai tem na vida de um filho. Para ele, “no que diz respeito ao impacto e à profunda influência na vida de um filho, sem dúvida, ‘pai’ é uma palavra muito poderosa. Seu alcance e sua importância transcendem a infância e se estendem por gerações.” Ele ainda cita que se pode reconhecer esse poder por meio de duas maneiras: 1) “pela observação prática e funcional”. 2) “Pela avaliação do impacto da sua ausência”. No mesmo artigo o citado autor afirma ter chegado à conclusão de que quando um pai é espiritualmente ativo e consagrado a Deus, a chance de que seu filho também venha a ser um homem espiritual é de aproximadamente 70%. Por outro lado se apenas a mãe for cristã, essa porcentagem, segundo ele cai para 15% ou 20% no máximo. Chama ainda atenção o fato da importância do pai no convívio com a família, o autor chega a afirmar que ele crê que “a sobrevivência de qualquer sociedade está intimamente ligada a presença de uma liderança masculina’. E o fato de que a ausência do pai, talvez seja o desencadeador das mudanças mais radicais na estrutura da família”. O autor ainda cita que:
“O Jornal The London Daily Telegraph, em uma matéria sobre a problemática da ausência paterna no lar adverte: ‘vizinhanças inteiras provavelmente serão dominadas por gangues de jovens delinqüentes nas próximas décadas. Os índices de criminalidade, violência e dependência de drogas poderão assumir proporções epidêmicas. Com a falta dos pais em suas casas, a comunidade de jovens torna-se selvagem’ ” (Kemp 2002, p. 11).
O fato é que as crianças hoje em dia estão entregues a si mesmas. E os pais ausentes estão ou ainda colherão as conseqüências.
"A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família."
Léon Tolstoi
PAULO MIGUEL AGUILAR
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